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Solteiro não tem paz! ‘Me chamou pro churrasco, mas era encontro da Hinode’

Todo mundo já teve um date ruim. Seja porque a outra pessoa não era parecida com as fotos, o papo não bateu ou alguma característica incomodava demais. Mas o médico veterinário Matheus Milan, de 28 anos, viveu uma situação inusitada em 2019.

“A gente se conheceu no Tinder, já estávamos nos falando pelo WhatsApp há mais ou menos duas semanas. Ela me convidou para um churrasco em um sábado, na casa dela, e eu aceitei porque estávamos conversando há um bom tempo”, contou ao UOL.

Encontro marcado, era hora de definir o look: bermuda, chinelo e camiseta do thundercats (desenho animado famoso nos anos 1980). “Comprei um fardo de cerveja, um quilo de carne e fui bem tranquilão.”

“Cheguei na casa dela, ela me recebeu com um vestido preto chique, salto alto, toda maquiada. Eu pensei: ‘será que eu que vim malvestido ou ela que se arrumou demais por ser a anfitriã.”

Matheus foi levado aos fundos da casa, onde ficava a churrasqueira, mas não tinha churrasco nenhum acontecendo. Por lá, todo mundo muito bem-vestido: mulheres de salto alto e maquiagem, e homens de camisa social e blazer.

Achei que ia me apresentar o pai

Em meio a toda confusão mental dele, a menina do encontro avisou que precisava apresentá-lo a alguém muito importante. “Achei que fosse o pai dela, embora eu nem estivesse pronto para isso”, lembrou.

Ela chegou de braço dado com um homem mais velho e disse que ele foi ‘a pessoa que me trouxe para esse mundo e me convenceu de entrar nesta vida’. Na hora, vi que tinha algo errado.

A mulher completou dizendo que o chamava de padrinho, e só então Matheus se deu conta da furada em que se meteu. “Ela disse que o homem era seu superior na Hinode”, completou.

A empresa é conhecida por atuar com “marketing multinível”, em que o consultor compra produtos da marca e os revende com a proposta de enriquecimento rápido caso a dedicação e esforço sejam constantes.

Ela disse que iam fazer uma palestra, me apresentar a empresa e os produtos. E que eu ouviria o depoimento de pessoas que faziam parte e mostrariam tudo o que conquistaram. Na hora, pedi para ela abrir o portão porque eu queria ir embora.

O padrinho e a mulher ainda tentaram — em vão — convencê-lo a ficar. “Ela disse que eu tinha acabado de chegar, para ficar ali e esperar porque iria gostar de tudo. Ameacei chamar a polícia”, lembra Matheus. Ele saiu, pediu um carro de aplicativo e foi para casa.

Oportunidade de mudar de vida

Quando estava chegando em casa, ela me mandou uma mensagem falando que eu fui muito babaca porque ela me convidou para uma oportunidade de mudar de vida e eu fui grosso com eles. Pensei se respondia ou não, mas acabei bloqueando e nunca mais a vi

Só depois, Matheus ficou sabendo que o modus operandi é comum entre essas empresas: o convite para as chamadas reuniões acontece das mais variadas formas — como para um encontro ou uma suposta entrevista de emprego.

“Nunca tinha visto algo parecido, foi inédito para mim. Já tinha ouvido falar nesses esquemas, sabia do que se tratava, mas nunca tinha tido contato deste jeito”, lembrou o médico veterinário.

Depois, ele até voltou a usar o aplicativo, mas agora só marca primeiro encontro em locais públicos e que não dão margem para esse tipo de evento.

Piores dates

Uma thread no Twitter trouxe à tona diversas histórias de encontros que não deram certo. “Meu pior date foi quando eu fui sair com uma menina pro cinema e ela levou a mãe junto”, relatou um menino na rede social.

“Ex-ficante mandou mensagem dizendo que estava com saudades e queria me ver. Na última vez que nos falamos ela havia dito que estava no melhor momento da vida dela e que não havia espaço para mim”, contou outro.

Estaria tudo bem, se não fosse o que aconteceu logo em seguida. “Depois de duas horas falando como a vida dela estava uma merda, ela me pediu para ser o fiador dela”, finalizou.

Em outra história, o que era para ser um encontro terminou com um furto. “Fui para o date com o querido, fomos num lugar bonito, conversamos, ficamos e pedi para gente ir sacar dinheiro. Saquei R$ 150, coloquei na mochila e fomos em um restaurante comer.”

“No final, pagamos a conta e decidi ir ao banheiro, pedi para ele segurar minha mochila. Chamei meu Uber e fui para casa. Quando cheguei, fui pegar o dinheiro da mochila e não estava lá. E estava bem guardado em um bolso dentro do bolso, ou seja, o querido me roubou”, disse indignado.

Camila Corsini /Do UOL, em São Paul

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