Após ter sido indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar), o suspeito de atropelar e matar a socióloga Marina Kohler Harkot, de 28 anos, José Maria da Costa Júnior, permaneceu em silêncio durante o depoimento à polícia na terça-feira (10).
A autoridade responsável solicitou a prisão preventiva do autor. Contudo, devido ao artigo 236 do código eleitoral, (Lei 4737/65), ninguém pode ser preso desde cinco dias antes e até 48h depois do encerramento da eleição, somente em casos de flagrante.
Acompanhado pelo advogado de defesa, ele se apresentou ao 14º Distrito Policial (Pinheiros), foi ouvido e liberado. Costa Júnior saiu do local sem falar com a imprensa e entrou no carro do advogado sob protestos – gritos de “assassino” e do nome de Marina, ditos por ciclistas que estavam na porta da delegacia. Um deles chegou a sentar sobre o capô do carro, impedindo por alguns instantes que o suspeito fosse embora.
A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do suspeito, que ainda não foi decretada pela Justiça. O mais provável, no entanto, é que o motorista não fique detido, uma vez que a legislação eleitoral impede prisões – a não ser em casos de flagrante – nos cinco dias anteriores e nos dois dias posteriores ao pleito, que ocorre neste domingo (15).
A polícia quer saber se outras pessoas estavam no carro. Elas também podem responder por omissão de socorro.
Cicloativista e pesquisadora da USP (Universidade de São Paulo), Marina foi atingida enquanto trafegava de bicicleta pela Avenida Paulo VI, em Pinheiros, na zona oeste, às 0h17 de domingo (8). O Samu chegou a ser acionado por outras pessoas, mas a jovem morreu no local.
R7 / Imagem: Reprodução