InícioAraripina em FocoTecnologia ajuda os agricultores de Araripina a atravessar a seca

Tecnologia ajuda os agricultores de Araripina a atravessar a seca

         Araripina - Cisterna G1

Algumas tecnologias
simples de armazenamento de água estão permitindo que agricultores de uma
região de Pernambuco convivam bem com a seca. Um sítio cercado de flores em
Araripina, chama a atenção. Quem vê o quintal cheio de canteiros com frutas,
verduras e legumes não imagina que toda esta fartura está em uma região
devastada pela seca.
A explicação para o
oásis em pleno território da seca está no fundo do quintal: uma cisterna
calçadão, capaz de armazenar 52 mil litros de água da chuva. Graças a um conjunto
de tecnologias simples, baratas e eficazes, é possível minimizar os efeitos da
seca e atravessar a estiagem mais severa com menos sofrimento.
Quando chove, a
cisterna armazena a água que cai em um calçadão feito com placas de cimento,
como se fosse um funil. Esta água é utilizada para plantar e fica em um lugar
diferente da água armazenada para consumo.
Outra fonte de renda
importante para Eliete Macedo são as galinhas caipiras com a incessante
produção de ovos. Com comida e água no sítio, elas não se abalaram, assim, a
mesa está sempre farta na casa da agricultora e ela sabe que tudo isso é
possível graças aos mecanismos de convivência com a seca.
Outra tecnologia
recém-implantada é a cisterna enxurrada. Ela é construída na parte mais baixa
do terreno, no trajeto da água que escorre da chuva. Pode armazenar 52 mil
litros de água. Caixas de cimento servem como decantadores para filtrar as
impurezas. O estoque de água serve para plantar e para o consumo animal.
Outra alternativa é o
barreiro trincheira, uma construção com 28 metros de comprimento e 4 metros de
profundidade. Trata-se de um buraco mais profundo e mais estreito que os outros
reservatórios comuns na região. Nestas condições, a evaporação é menor e uma
outra vantagem é que dentro do buraco cabem até 500 mil litros de água.
O barreiro foi
construído no sítio de Cícera Martins, que está muito satisfeita.
Disposição nunca falta
para esta gente. E quando a tecnologia ajuda, tudo o que se planta dá e até o
improvável acontece, como produzir morangos no sertão, desafio que Maria Eliete
de Brito encarou com a maior categoria. Armazenando água para beber e plantar,
assegurando o estoque de comida para os animais, o sertanejo consegue conviver
dignamente com a seca.
A construção das
cisternas é um trabalho da organização não-governamental Chapada. O dinheiro
vem do programa “Água Para Todos”. Até agora, foram entregues 490 cisternas e,
no ano que vem, a intenção é dobrar este número. (Do G1) 
Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
RELACIONADOS