uma decisão que o converta em presidente definitivo, Michel Temer parece mesmo
decidido a afagar os governadores, personagens com ascendência sobre a Casa
legislativa que representa a federação. Depois de renegociar as dívidas dos
Estados com a União, o substituto constitucional de Dilma Rousseff quer
repactuar também os débitos contraídos pelos tesouros estaduais junto ao BNDES.
mesma ideia há três meses. Numa reunião com governadores, em março, ela
oferecera um alongamento dessas dívidas por dez anos. Acenara também com um
prazo de carência de quatro anos. Nesse intervalo, os Estados pagariam ao BNDES
apenas os juros. Só retomariam a amortização do principal a partir do quinto
ano.
o Tesouro Nacional estimou que, sacramentado o acordo com o BNDES, os Estados
deixariam de desembolsar R$ 7,3 bilhões a menos até o ano eleitoral de 2018.
Nesse mesmo período, o acordo que acaba de repactuar as dívidas dos executivos
estaduais com a União deve custar ao erário federal algo como R$ 50 bilhões.
elogiar o acordo firmado por Temer com os governadores, o presidente do Senado,
Renan Calheiros, pai do governador de Alagoas, Renan Filho, forçou uma porta
que Temer já decidiu abrir: “Nós renegociamos a dívida pública. Alguns Estados
não têm dívida pública, mas com o BNDES. Então, eu acho fundamental estender,
com uma solução jurídica adequada, os termos da negociação da dívida pública
para a dívida dos Estados com o BNDES.”