1) QUAIS OS EFEITOS COLATERAIS DA PÍLULA ANTICONCEPCIONAL?
Os efeitos variam entre as mulheres e podem depender da dosagem do medicamento, mas, de modo geral, a pílula pode causar ganho de peso, inchaço, varizes, mudanças de humor, cefaleia e até a perda de libido, de acordo com o ginecologista obstetra Domingos Mantelli. Em alguns casos o uso da pílula pode ser associado à trombose – formação de coágulos que podem migrar para órgãos vitais como o coração, o pulmão e o cérebro, levando a sérias complicações.
2) PARA MULHERES QUE USAM A PÍLULA ANTICONCEPCIONAL, É POSSÍVEL IDENTIFICAR SINAIS DE QUE O REMÉDIO PODE LEVAR À TROMBOSE?
Segundo Mantelli, é muito difícil ter um sinal de alerta para a trombose antes. A trombose se manifesta subitamente, segundo ele explica. Algumas mulheres sentem dores de cabeça, mas o sintoma pode ser confundido com outros efeitos colaterais. Por isso, antes de usar o medicamento, é importante consultar um médico e passar por exames para saber se o anticoncepcional pode desencadear problemas circulatórios.
3) POR QUE A PÍLULA PODE LEVAR À PERDA DO APETITE SEXUAL?
No período da ovulação, há um pico na produção de testosterona, o que aumenta a libido exatamente no período ideal para a reprodução. Porém, como o anticoncepcional inibe a ovulação, a mulher deixa de ter esse pico hormonal e a libido diminui. “A pílula coloca a mulher em um estado quimicamente parecido com a menopausa”, explica Mantelli.
4) A PÍLULA É INDICADA PARA TODAS AS MULHERES?
Não. O anticoncepcional não deve ser usado por mulheres que têm risco para trombose ou para aquelas que fazem uso de algum medicamento que pode “competir” com a pílula. Mulheres que fumam, por exemplo, têm mais riscos de problemas circulatórios e isso deve ser avaliado pelo médico, segundo explica Mantelli. “O anticoncepcional é um remédio e não deve ser usado indiscriminadamente. Não é uma balinha”, defende Mantelli.
5) EM QUAIS CASOS O USO É RECOMENDADO?
Para mulheres que desejam apenas evitar a gravidez, é preciso, segundo Mantelli, avaliar junto com o médico os riscos e benefícios da pílula e colocá-los na balança. Segundo ele, outros métodos anticoncepcionais, como os preservativos, o diafragma e o DIU (dispositivo intrauterino) de cobre, por exemplo, podem substituir os hormônios. Por outro lado, a pílula pode ser indicada para tratamentos específicos, como para endometriose.
6) QUAIS PERGUNTAS O MÉDICO DEVE FAZER ANTES DE INDICAR A PÍLULA?
O médico deve investigar todo o histórico pessoal e familiar da paciente que deseja tomar a pílula anticoncepcional. Informações sobre câncer, casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e trombose entre os familiares devem ser levadas em consideração. Todos os exames de rotina devem ser solicitados e alguns médicos, inclusive, já pedem testes genéticos que podem indicar risco maior de trombose.