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TSE inviabiliza o voto impresso em 2022: Entenda a narrativa sobre o tema


Estamos a um ano e cinco meses das eleições de 2022 e uma das narrativas que circulam é a suposta volta do voto impresso, que é uma das narrativas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados. Segundo eles o voto impresso é mais confiável e é um sistema sem fraudes. Esse tema enfrenta uma difícil tramitação no congresso, mas o presidente do TSE Luís Roberto Barroso já bateu o martelo, nas eleições de 2022 não terá voto impresso.

Segundo o tribunal, para adotar o voto impresso é preciso, em primeiro lugar, realizar uma licitação “pautada por rígidos trâmites administrativos e burocráticos”, sem prazo de duração, “tendo em vista o tempo necessário para as especificações técnicas e a margem de imprevisibilidade decorrente dos procedimentos de qualificação e dos eventuais recursos administrativos e judiciais… A implantação do voto impresso envolve um procedimento demorado, embora não seja possível, neste momento, estimar sua duração.”

No entanto, não é a primeira vez que esse assunto é falado no congresso, foram três tentativas anteriores, o Congresso aprovou a impressão do voto, mas em uma delas (2002) o próprio Legislativo a revogou. Nas duas seguintes (2009 e 2015), o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional a medida sob os argumentos, entre outros, de risco de violação do sigilo do voto e de afronta aos princípios de economia e eficiência na gestão dos recursos públicos.

Para entendermos melhor um assunto tão significativo é interessante ressaltar o momento que as urnas eletrônicas entraram no cenário brasileiro e sua importância para o desenvolvimento eleitoral do país e qual a diferença do voto impresso, acreditamos que é importante sabermos as diferenças e igualdades, para melhor debatermos.

As urnas eletrônicas, foi implementada e utilizada pela primeira vez em 1996, inicialmente em 57 municípios, pois estava em fase de teste. Nas urnas os nossos votos são criptografados e embaralhados, o que mantem, mesmo em tentativa de invasão, o voto secreto, preservado o sigilo. Sem falar que antes das eleições todas as urnas são submetidas a ataques de hakers para testar a segurança, segundo o TSE em 2019 foram cinco dias de ataque e foram encontradas 2 falhas superficiais que foram corrigidas antes da votação. É relevante mencionar que as urnas eletrônicas funcionam de maneira isolada, ou seja, não possuem qualquer possibilidade de conexão à internet ou Bluetooth, com ou sem fio, o que elimina praticamente qualquer chance de invasão.

O voto impresso, seria basicamente escrever seu voto em uma cédula de papel e depositá-la em uma urna -parecido com aquelas votações escolares-, também feita de papel. A proposta do voto impresso funcionaria da seguinte maneira: após digitar a legenda, a urna imprimirá o registro de cada voto, que será depositado, de forma automática e sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado. É desejo de uns, o pesadelo de outros.

Muitos se escoram em notícias enganosas sobre uma suposta vulnerabilidade do atual sistema —suspeita jamais comprovada—, mas será mesmo que o voto impresso é nossa melhor opção? Qual sua opinião sobre o assunto?

Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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