InícioAraripina em FocoVídeo mostra PMs arrastando mulher com viatura; envolvidos estão presos

Vídeo mostra PMs arrastando mulher com viatura; envolvidos estão presos

Após rolar dentro do porta-malas aberto, o corpo de Claudia Silva
Ferreira, 38 anos, caiu na rua e foi arrastado por 250 metros. Só após
essa distância ter sido percorrida que os PMs pararam a viatura para
recolocá-la dentro do veículo.

Claudia havia sido vítima de uma
troca de tiros entre PMs e bandidos no Morro da Congonha, em Madureira. À
Polícia Civil, os oficiais responsáveis pelo transporte do corpo
afirmaram que ela foi levada ainda com vida ao Hospital Carlos Chagas,
mas não resistiu. A secretaria Estadual de Saúde do Rio afirma que ela
chegou morta ao local.

Claudia tinha quatro filhos e ainda cuidava de outros quatro

  “Foi revoltante ver aquele corpo
pendurado. Eles iam ultrapassando outros carros, e o corpo ia batendo.
As pessoas na rua gritavam, tentando avisar os policiais, mas eles não
ouviam. Só pararam por causa do sinal e, aí, conseguiram ouvir o que as
pessoas diziam. Dois policiais, então, desceram da viatura e puseram o
corpo de volta no carro”, afirmou o cinegrafista, que teve seu nome
mantido em anonimato.
PMs responsáveis pelo caso foram presos

Em
nota, a Polícia Militar informou que “este tipo de conduta não condiz
com um dos principais valores da corporação, que é a preservação da vida
e dignidade humana”. A Polícia Civil também investiga o caso. Além de
Claudia, um suspeito de envolvimento com o tráfico também foi baleado na
operação.

Dois subtenentes e um soldado estão presos. A corporação não divulgou os nomes dos policiais.

Alertados por pedestres e motoristas, policiais colocaram o corpo da mulher de volta na viatura Alertados por pedestres e motoristas, policiais colocaram o corpo da mulher de volta na viatura Foto: / Reprodução vídeo  Antes
mesmo de saberem o que havia acontecido com Claudia, familiares tinham
desconfiado de que algo pudesse ter ocorrido, ja que viram o corpo dela
em carne viva ao chegarem no hospital.- Achamos estranho quando
vimos o corpo daquele jeito. Desconfiamos de que tinha acontecido no
trajeto até o hospital – relatou Diego Gomes, de 30 anos, primo de
Claudia.
Thaís Silva, de 18, filha da vítima e a primeira a
encontrá-la morta, já tinha reclamado até mesmo da forma com que os
policiais do 9º BPM a socorreram:
– Eles arrastaram minha mãe como se fosse um saco e a jogaram para dentro do camburão como um animal – revoltou-se a jovem.Vítima faria 20 anos de casada

Revoltados, moradores da comunidade protestaram contra a morte da mulher Revoltados, moradores da comunidade protestaram contra a morte da mulher Foto: Luiz Ackermann / Extra Mãe
de quatro filhos, Claudia, conhecida no Morro da Congonha como Cacau,
era auxiliar de serviços gerais do Hospital Naval Marcílio Dias, no
Lins. Nascida e criada em Madureira, ela ainda cuidava de quatro
sobrinhos. A vítima faria 20 anos de casada com o vigia Alexandre
Fernandes da Silva, de 41 anos, em setembro deste ano.
Em nota, a
assessoria de imprensa da PM afirmou que os policiais do 9º BPM trocaram
tiros com criminosos durante uma operação no Morro da Congonha, e um
suspeito chegou a ser baleado. Ainda segundo a assessoria, os policiais
encontraram a vítima baleada na Rua Joana Resende, ponto mais alto da
comunidade. Ela foi levada para o Hospital Carlos Chagas, mas não
resistiu. A 29ª DP (Madureira), que investiga o caso, esteve no local
para perícia. Dois fuzis usados pelos policiais foram recolhidos para
serem periciados.
Revoltados, moradores do Morro da Congonha
fizeram protestos pela manhã e também à noite. Eles chegaram a fechar a
Avenida Edgar Romero.

Allyne Ribeiro
Allyne Ribeirohttps://araripinaemfoco.com
Diretora de Edição e Redação de Jornalismo
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