Morreu nessa segunda-feira (2), a travesti baleada na madrugada desse domingo (1º), na Avenida Beira-mar, localizada no bairro Praia de Iracema, em Fortaleza. A vítima, identificada como Samylla Marry Windson chegou a ser atendida em uma unidade de saúde, mas não resistiu aos ferimentos. Dois suspeitos do crime, que haviam sido capturados, foram liberados após prestarem depoimento.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, uma equipe do Batalhão de Policiamento de Turismo chegou a fazer buscas e capturou os dois suspeitos. A dupla foi levada ao 13º Distrito Policial, no bairro Cidade dos Funcionários, onde foram liberados após um inquérito ser instaurado.
Segundo a Pasta, a ocorrência sobre o crime foi transferida para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, que continuará investigando o caso.
A Instituição afirmou ainda que a população pode contribuir com o trabalho policial ao repassar informações sobre o caso. As denúncias podem ser feitas por meio do número 181, o Disque-Denúncia. Segundo o Órgão, o sigilo e o anonimato são garantidos.
Homenagem e sepultamento
Conforme o assessor e amigo de Samylla, que não quis se identificar, a vítima possuía um salão de beleza em Fortaleza e trabalhava, ainda, com performances voltadas para o público LGBT. Uma nota de pesar foi publicada no perfil de Marry em uma rede social.
“Samylla era uma mãe, uma irmã, uma amiga, uma rainha, que acolhia a todos de braços abertos e ajudava os seres humanos e os animais o máximo que podia. Ela era uma pessoa íntegra, forte, que batalhava por todos os seus objetivos”, diz a publicação.
Contra a população LGBT, somente neste ano, foram registrados, no Ceará, pelo menos 32 assassinatos. Os dados são do Centro de Referência LGBT Janaína Dutra (CRLGBTJD), serviço da Prefeitura de Fortaleza.
Conforme o Centro, é oferecido, por ele, apoio gratuito para a população LGBT “vítima de violação de direitos por orientação sexual e/ou identidade de gênero, por meio da orientação social, jurídica e do atendimento psicológico às vítimas”. Os atendimentos podem ser solicitados pelo Disque 100.
A Associação das Travestis do Ceará (ATRAC) se manifestou, em nota, afirmando que repudia o aumento da violência contra a população de travestis e transexuais no Ceará, em 2020, e exigiu o posicionamento das autoridades, como a SSPDS e secretarias municipais, em relação ao casos.
TV Verdes Mares / Imagem: Divulgação