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Pesquisa Datafolha: com 47%, Armando levaria no 1º turno

Segundo pesquisa Datafolha
divulgada nesta sexta-feira no jornal Folha de S.Paulo, se a eleição fosse
hoje, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) seria eleito governador de
Pernambuco no primeiro turno. Ele aparece com 47% dos votos na pesquisa.

Paulo Câmara, do PSB,
aparece em segundo, com 13%. Ele era o afilhado político de Eduardo Campos, que
morreu quarta-feira (13) num acidente aéreo em Santos (SP).Os outros quatro
candidatos somam 5%.  O Datafolha ouviu
1.198 eleitores, entre os dias 12 e 13. A margem de erro é de três pontos
percentuais, para mais ou para menos.

Dentista de Eduardo: “Não há arcada, só fragmentos”

O dentista particular do
ex-governador Eduardo Campos, Fernando Cavalcante, que atendia ele e a família
há 25 anos, chegou, há pouco, a casa de Renata Campos para trazer informações
da sua missão em São Paulo desde quarta passada.
Cavalcante incluiu o grupo
de pernambucanos que foi acompanhar os trabalhos de perícia em Santos com a
finalidade de identificar a arcada dentaria de Eduardo. Mas, segundo ele, sua
missão foi em vão porque a arcada dentaria não foi localizada. O dentista disse
que voltou extremamente chocado com o que viu, porque só restaram fragmentos
dos corpos encontrados em pelo menos 15 casas próximas.
Segundo relato que ele deu
aos jornalistas, diante dos pequenos fragmentos encontrados, será preciso fazer
o que ele classificou como um grande quebra-cabeças, para chegar a
identificação dos 5 passageiros 2 tripulantes que perderam a vida na aeronave.

Ele chegou hoje de
madrugada procedente de Santos, onde esteve com equipe de legistas que está
fazendo o trabalho de identificação dos corpos através do DNA e informou que a
viúva já está sabendo de todos esses detalhes que ele passou para imprensa,
porque há uma comissão em São Paulo repassando todas as informações para
família, especialmente a viúva.
 (Magno Martins)

Marina chega amanhã ao Recife, e visita Renata Campos

A assessoria da
ex-senadora Marina Silva informou que ela chegará ao Recife na tarde deste
sábado (16), e a expectativa é que faça uma visita à viúva de Eduardo Campos,
Renata, e aos cinco filhos do candidato à Presidência pelo PSB, morto em
acidente aéreo na última quarta (13) em Santos (SP). Segundo a assessoria, as
duas já conversaram por telefone.
Marina viajará para a
capital pernambucana a fim de esperar a chegada dos restos mortais de Campos.
Até a última atualização desta reportagem, ainda não havia confirmação de
quando o Instituto Médico-Legal de São Paulo liberará os restos mortais,
possivelmente neste sábado (16). Se isso acontecer, o velório deverá se iniciar
na noite de sábado, e o enterro será no domingo.

Segundo a assessoria de
Marina Silva, ela já afirmou que o nome do candidato à Presidência pelo PSB só
será definido após o enterro. Dirigentes do PSB se reúnem na noite desta
sexta-feira (15), em São Paulo, para começar a discutir a chapa que disputará a
eleição presidencial após a morte de Eduardo Campos. O encontro será
preparatório da reunião marcada para a próxima quarta-feira (20), em Brasília,
quando o partido deve definir os nomes do substituto de Campos e do vice – na
hipótese mais provável, Marina será a candidata a presidente.

Restos mortais devem chegar amanhã”, diz João Lyra

O governador João Lyra
Neto disse há, pouco, em entrevista ao Frente a Frente, direto de São Paulo,
que a previsão de que os trabalhos de reconhecimento dos restos mortais do
ex-governador Eduardo Campos e das demais seis vítimas fatais do acidente aéreo
em Santos acabem amanhã por volta de meio dia.
“Quem me deu essa
garantia foi o governador Geraldo Alckmin (SP)”, disse Lyra, adiantando
que após o fim dos trabalhos dos peritos haverá a burocraria das certidões de
óbito em Santos, o que deve demorar mais um pouco. “Se tudo der certo, os
restos mortais de Eduardo estarão chegando a Pernambuco amanhã no final da
tarde.
O governador disse, ainda,
que o velório será iniciado na noite de amanhã e se prolongará até às 17 horas
do domingo, quando ocorrerá o sepultamento no cemitério de Santo Amaro. Lyra
elogiou o governador Geraldo Alckmin que, segundo ele, está empenhado, dando
total apoio.

“Ele estava no IML
ontem às 10 da noite e tem ficado o tempo inteiro acompanhando os trabalhos dos
peritos”, disse o governador. Segundo ele, Dilma, Lula e mais de 15
governadores confirmaram presença nos funerais de Eduardo.

Cinegrafista também será velado no Palácio

Do Diário de Pernambuco
Em entrevista coletiva
realizada na tarde de hoje, no Palácio do Campo das Princesas, o secretário de
Imprensa do Governo de Pernambuco, Ivan Maurício, disse que, por meio de uma
ligação, a família do cinegrafista Marcelo Lyra, manifestou o desejo de que seu
corpo fosse velado juntamente aos do ex-governador Eduardo Campos, do
jornalista Carlos Percol e do fotógrafo Alexandre Severo. Dessa forma, todas as
vítimas pernambucanas do acidente aéreo ocorrido na quarta-feira, em Santos,
serão veladas na sede do governo do estado.
Por isso, por conta da
disponibilidade de espaço, cresce a probabilidade de que a cerimônia seja
realizada do lado de fora do Palácio, em um palco que já está sendo montado. Na
estrutura, o arcebispo de Olinda e Recife Dom Fernando Saburido será o
responsável pela condução da Missa de Corpo Presente de Eduardo Campos e das
outras vítimas.
Apesar de seguir com o
impasse sobre a data e hora do velório, por conta dos trabalhos para
identificação dos corpos que estão sendo realizados em São Paulo, o governo do
estado organizou uma reunião hoje para definir algumas questões sobre a
estrutura e logística que serão organizadas no palácio para a cerimônia.
O encontro contou com a
presença de representantes da Secretaria de Saúde, da Secretaria de Defesa
Social, Corpo de Bombeiros, Casa Militar e CTTU. Na reunião, ficou definido o
trajeto que será realizado pelo caminhão do Corpo de Bombeiros com os caixões
saindo da Base Aérea de Recife, com direção ao Palácio do Campo das Princesas,
e do Palácio ao Cemitério de Santo Amaro.

Ainda de acordo com Ivan
Maurício, duas unidades de saúde serão instaladas para possíveis emergências:
uma dentro do Palácio, e uma ao lado do Teatro de Santa Isabel. O secretário
afirma que ainda não é possível mensurar a quantidade de pessoas que estarão
presentes na cerimônia. Porém, a diretoria do Cemitério de Santo Amaro, onde o
corpo do ex-governador será sepultado, trabalha com a possibilidade de receber
cerca de 150 mil pessoas.

Governo divulga trajeto do cortejo fúnebre de Eduardo

O governo de Pernambuco
divulgou o percurso do traslado dos restos mortais do acidente aéreo que
vitimou o ex-governador e candidato à Presidência da República Eduardo Campos
(PSB), além de parte de sua assessoria.
Os corpos chegarão ao
Recife pela Base Aérea, no bairro da Imbiribeira. De lá, seguem para o Palácio
do Campo das Princesas, onde será realizada uma missa campal na Praça da
República.
Até chegar ao palácio, a
viatura do Corpo de Bombeiros, que levará os corpos, passa pela Rua Maria Irene
e segue pela Av. Mascarenhas de Moraes. Logo em seguida, passa pelo Viaduto
Tancredo Neves, pela Rua Ernesto de Paula Santos e Av. Boa Viagem.
 De lá, segue pela Av. Antônio de Góes, Ponte
Paulo Guerra, Cais José Estelita, Viaduto das Cinco Pontas, Cais de Santa Rita,
Ponte Giratória, Rua Alfredo Lisboa, Rua Marquês de Olinda, Rua Martins de
Barros e finalmente chega à Praça da República.
O deslocamento ao Palácio
do Campo das Princesas ao Cemitério de Santo Amaro passará pela Ponte Princesa
Isabel, Rua da Aurora, Av. Mário Melo, Rua Treze de Maio, até chegar na entrada
principal do Cemitério de Santo Amaro.
A expectativa é que o
enterro seja realizado neste domingo, mas as datas e horários oficiais não
foram divulgados. Os corpos estão passando por uma análise de identificação,
através de exame de DNA, no Instituto Médico Legal de São Paulo (IML-SP).

Em Recife pessoas falam em ‘atentado’ contra Eduardo Campos

Segundo o site O Dia,
povo de Recife acredita que Eduardo Campos tenha sido vítima de um atentado.
Ex-governador do estado
morto em tragédia aérea no ultimo dia 13 é o assunto mais debatido pelas ruas
de Recife, segundo a matéria, é quase unanime a a suspeita popular de que
campos teria sido vítima de um homicídio, e não de um acidente, como tem sido
divulgado.
O Dia cita alguns
comentários de populares, como o do garçom Múcio Santana: “Ele sabia que corria
esse risco. A família sabia. Tanto que nunca viajava no mesmo avião que o
primogênito, João. Assim como ele também evitava viajar no mesmo avião que o
avô Arraes. Político que pensa no povo não pode durar muito porque os poderosos
não deixam”
O jornaleiro Marivaldo
Gomes: “Não tem um pernambucano que não desconfie dessa morte. O avião virou
uma bola de fogo em pleno ar. Como assim? Era um dos aviões mais modernos do
mundo. Tem treta nisso daí, pode crer que tem”
Já o coordenador da campanha
de Campos no Rio, Rubens Bomtempo, que também é prefeito de Petrópolis, disse
não acreditar nessa possibilidade. “Prefiro nem acreditar numa coisa dessas.
Acho que não dá para descartar nada nesse mundo, mas acho que não foi isso. É
natural que os pernambucanos tenham esta impressão, já que Eduardo era um
grande líder e virou uma espécie de herói regional. Mas prefiro crer que não”.
A matéria na íntegra aqui

Veja também:
Candidato denuncia comemoração de petistas sobre morte de Eduardo Campos
Com
morte de Campos, lei sancionada por Dilma tornando sigilosa a
investigação de acidentes aéreos vira assunto nas redes sociais
Eduardo Campos morre em acidente aéreo na manhã desta quarta-feira (13)

Leia mais:
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Heloisa Helena, diz que Lula é chefe de quadrilha de “gansters” capaz
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Fragmentação dos corpos retarda identificação

Josias de Souza (Blog)

A comitiva enviada de
Pernambuco para acompanhar a identificação das vítimas do acidente aéreo
que resultou na morte de Eduardo Campos e outras seis pessoas ficou
impressionada com o que viu no Instituto Médico Legal de São Paulo. Não
há propriamente cadáveres, mas fragmentos de corpos. Daí a demora na
liberação dos restos mortais.
 
A
pedido da viúva de Campos, Renata, viajaram para a capital paulista
seis pessoas – políticos, servidores do governo pernambucano e um
dentista. Foram ao IML pela primeira vez na quarta-feira (13). O médico
legista que os recepcionou desaconselhou que vissem o que restara das
vítimas. Para dar uma pálida ideia do que sucedera, exibiu fotos que
trazia no celular.
As imagens injetaram drama
na tragédia. Exibiam pedaços de corpos, acondicionados em sacos
plásticos. Alguns são indistinguíveis. São partes pequenas, contou ao
repórter um dos presentes. Fomos informados de que há pés e mãos, mas
não há rostos nem troncos. Os exames de DNA servirão para separar os
fragmentos. Não há como reconstituir integralmente os corpos.
A coleta do material no
local do acidente, que prosseguiu nesta quinta-feira (14), não é algo
trivial. Parte dos restos das vítimas foi lançada a longas distâncias.
Recolheram-se fragmentos até no alto de um edifício. Uma profissional
que acompanhou o trabalho disse que a hipótese mais provável é de que a
fuselagem do jato tenha se rompido antes do impacto no solo.
Estão em São Paulo: Paulo
Câmara (PSB), Raul Henry (PMDB) e Fernando Bezerra (PSB), candidatos a
governador, a vice-governador e a senador, respectivamente; Francisco
Sarmento Filho, da Polícia Científica de Pernambuco; Mário Cavalcanti,
chefe da Casa Militar; e Fernando Cavalcanti, dentista de Campos.
Na quarta-feira, o
governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve com o grupo no
IML. Disse ter tomado todas as providências para apressar a liberação
dos restos mortais, abreviando o sofrimento das famílias. Nesta quinta
(14), autorizou a viagem de um perito à cidade mineira de Governador
Valadares, para recolher material genético da mãe de um dos pilotos
mortos, o único que faltava.
Estima-se que a liberação
ocorrerá no sábado. Mas o IML informou à comitiva de Pernambuco que se
trata apenas de uma previsão, a ser confirmada —ou não— nesta
sexta-feira (14). Renata, a viúva de Campos, mandou dizer que não deseja
a liberação dos restos mortais do seu marido senão junto com os
fragmentos das outras seis vítimas. Será atendida.

Aécio desafiado a vencer governismo e comoção

O presidenciável Aécio Neves, do PSDB, está diante de uma equação
política capaz de desafiar toda a sua experiência de mais de 30 anos de
vida pública. Enquanto os efeitos eleitorais da morte trágica do
ex-governador Eduardo Campos ainda não foram dimensionados em pesquisas
de opinião, ninguém sabe ao certo, o tucano entre estes, qual será a
nova distribuição de preferências do público. Após a primeira aferição,
haverá, ainda, todo o horário eleitoral político para dar margem a mais
mudanças. E, nestas, haverá um peso extra caso a atual vice na chapa de
Campos, Marina Silva, vier a ser escolhida para substituir o cabeça de
chapa ausente. É senso comum que, sendo Marina o nome, o componente
emocional entrará em definitivo na eleição.
Até a morte de Campos, Aécio Neves foi dele um adversário mais do que
cordial. O problema está em saber como fazer, agora, para que o
ex-govenador de Minas Gerais passe a ser um beneficiário real da
proximidade que sempre gostou de exibir com Campos.
– Não vejo Eduardo como um adversário, mas como alguém que, lá na
frente, estará comigo no mesmo projeto, disse o tucano, mais de uma vez,
sozinho ou ao lado do próprio Campos, como aconteceu este ano no Fórum
Empresarial de Comandatuba, diante de líderes da iniciativa privada.
Ao contrário de Campos, que preservava a amizade pessoal com Aécio,
mas disparava farpas na direção do PSDB para crescer eleitoralmente, o
mineiro destinou toda a sua munição para disparos contra o PT e a
ex-presidente Dilma Rousseff. Aécio fez questão de não fazer qualquer
ataque ao socialista, ao partido que ele presidia ou às suas propostas
de governo. Estava na raiz da estratégia tucana a manutenção do máximo
respeito ao PSB para contar com o apoio de Campos em um buscado segundo
turno.
Agora, no entanto, o candidato do PSDB está desafiado a não se deixar
ficar emparedado entre duas grandes correntes do eleitorado.
Uma delas é a governista, que, até o acidente fatal, parecia
consolidada em torno da presidente Dilma, na faixa de 37% a 40% das
preferências nas pesquisas mais recentes.
A outra é a do voto emocional, que pode se formar em torno de Marina
se ela for a escolhida, ou em benefício de outro nome do PSB que consiga
representar o espólio eleitoral de Campos. Sabe-se, de antemão, que
esta segunda hipótese é a mais difícil de chegar ao resultado projetado.
Em razão de levantamentos anteriores e da própria eleição de 2010,
quando Marina terminou a disputa com impressionantes, para os
observadores, 20% dos votos, a sucessão do finado Campos em benefício
dela parece representar mais risco para Aécio. É muito provável que,
colocada em questão nas pesquisas, Marina apareça com dois dígitos de
preferências. O nome da ex-ministra, sempre que foi confrontado com o de
Campos, apresentava melhor performance que o dele. Ela pode ser
beneficiada, agora, pelo fenômeno da comoção nacional que a morte do
ex-governador de Pernambuco despertou.
Já há pistas fortes sobre o maneira como Aécio irá resolver a
equação. Desde o primeiro momento, ele vem afirmando que Eduardo
represantava “a boa política”, numa clara tentativa para empurrar a “má
política” para a conta do PT e da candidata à reeleição. Significa que a
tática de preservar de críticas o PSB irá continuar, ao mesmo enquanto
um novo candidato do partido não vier a ser definido.
Aécio Neves vai acentuar, passado o momento de luto, o discurso de
ataque ao governo e ao PT. Dessa maneira, ele acredita que, mesmo que o
PSB cresça, também o PSDB poderá alçar um voo mais alto na nuvem de
solidariedade formada com a morte de Campos. No caso de esse plano dar
certo, a maior prejudicada seria a presidente Dilma. É no que Aécio,
neste primeiro momento, vai apostar.

Morreu a cara do futuro

Por Magno Martins
 

O Brasil viveu, ontem e hoje, dias de profundo silêncio, de uma tristeza amarga e dolorosa. Pernambuco se vestiu de preto, a cor do luto, luto pela morte trágica do ex-governador Eduardo Campos, um dos maiores líderes políticos em ascensão no País.
De
canto a canto, nas ruas, nas esquinas ou nas praças, as pessoas se
grudaram na televisão para acompanhar as notícias sobre a tragédia que
abalou não apenas o Brasil, mas o mundo.
Afinal,
os principais jornais do mundo inteiro lamentaram o ocorrido e
apontaram Eduardo com a cara da renovação e da esperança de melhores
dias para o Brasil.
A
dor da perda é indescritível, mais que triste. Perder qualquer coisa já
é muito ruim, perder alguém que está tão próximo da gente, muito pior.
Dói demais.
Entra
como uma espada rasgando a nossa alma. Eduardo era um político que
fazia a diferença, estava permanentemente em busca de mudança.
Mudanças
de conceito, mudanças de velhos rótulos, do lugar comum, da abertura de
uma política mais inteligente, diferente do pieguismo que observamos
hoje na cena nacional. 
Meu
colega Ancelmo Góis, de O Globo, disse que, além da tragédia pessoal,
morreu um jovem promissor em sua profissão, pai de cinco filhos, um
deles com síndrome de Down.
“Estamos
diante de uma tragédia política colossal. Eduardo representava, com
seus defeitos — que nos momentos de consternação são empurrados para
debaixo do tapete — exceção num quadro caquético de homens públicos,
notadamente na Câmara e no Senado”, observou o colunista.
Num
depoimento igualmente emocionado na casa de Renata Campos, ontem à
tarde, o ministro do Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro,
não conseguiu segurar as lágrimas: “Eduardo tinha a cara do futuro. Com
ele, morreu um pouco da esperança. Hoje, tenho a sensação de que o
futuro morreu um pouco”, disse ele.
No
Ceará, chorando como uma criança, o humorista Tom Cavalcanti afirmou:
“Eduardo era um homem do bem, pai de família exemplar, amigo do povão.
Como nordestino, me incluo na derradeira homenagem ao ilustre filho”.
E
acrescentou: “A morte traiçoeira leva junto com ela sonhos de um
empreendedor, de um visionário que o Brasil começava a conhecer. Que dó e
que hora mais imprópria para levar alguém que, reativo ao modelo
ultrapassado, saiu da sua zona de conforto para brigar por melhores dias
para o seu País e encontrou o seu fim. Não há de ser em vão sua saída”.
As
escrituras sagradas dizem que há tempo para tudo. Tempo de plantar,
tempo de regar. Tempo de nascer, tempo de morrer. Vida e morte não são
contrárias, segundo as mesmas escrituras.
O
tempo de Eduardo chegou antes, precocemente. Entregou-se ao Brasil de
corpo e alma, estava obstinado para ser presidente. Com quem falava
passava tanta fé e confiança que ninguém deixava de acreditar que seu
propósito seria real.
Eduardo
teve seus sonhos roubados numa tragédia longe do seu Pernambuco que
tanto amava. Com a sua morte, todos nós, pernambucanos, morremos um
pouco também: morre a esperança, morre o futuro, o Estado fica órfão da
sua maior liderança política dos últimos anos.
Com
tanta energia que transmitia, com tanta vida e empolgação que
irradiava, Eduardo era, na verdade, uma criança em alegria. Ele parece
que via o mundo com os olhos de uma criança, sempre com uma alegria
juvenil.
Por
isso mesmo, tinha a convicção – e passava isso para nós – de que o
sucesso não se encontra no final do caminho, nem partida ou na chegada,
mas na travessia. Mas ele não conseguiu fazer a sua travessia.
Pernambuco
está silencioso, triste, oprimido e abatido, porque toda separação é
triste. Triste porque guarda memória de tempos felizes ou de tempos que
poderiam ter sido felizes.
Na separação, mora a saudade. Que saudade o Brasil sente de Eduardo, que saudade Pernambuco sente do seu maior líder!
FIO DE ESPERANÇA
O poeta, compositor e cantor Maciel Melo fez uma belíssima homenagem a
Eduardo Campos em seu Facebook: “Como brasileiro e amigo pessoal deste
grande homem, me sinto neste momento órfão de uma amizade sincera, e
perplexo, ainda sem querer acreditar que perdi um amigo. O Brasil estava
começando a enxergar um fio de esperança que nascia no berço de
Pernambuco, e com certeza iria mudar a história dessa nação”.
Nem aí!
Grande decepção que Eduardo teve em vida nos últimos dias, por ter
trocado o palanque de Paulo Câmara (PSB) pelo do candidato da oposição a
governador, Armando Monteiro (PTB), o presidente da Agência Reguladora
(Arpe), Joaquim Roldão foi visto, ontem, na romaria à casa da viúva
Renata Campos.
Último adeus
A presidente Dilma, o ex-presidente Lula e uma penca de governadores,
ministros de Estado, prefeitos de capitais e até representantes de
países estrangeiros aterrissam em Pernambuco amanhã para os funerais do
ex-governador Eduardo Campos. O corpo será velado no Palácio do Campo
das Princesas, onde haverá uma missa campal.
Incertezas
Os trabalhos dos legistas para reconhecimento dos corpos do
ex-governador Eduardo Campos e de mais seis vítimas que estavam no jato
que caiu em Santos só se encerram amanhã, segundo informou, ontem, o
prefeito do Recife, Geraldo Júlio. Mas a família não sabe ainda se os
restos mortais chegam ainda amanhã para programar o velório.
Primeiros cotados
Se a ex-senadora Marina Silva vier mesmo a substituir Eduardo na
corrida presidencial, o que deve ser mais provável, três nomes
pernambucanos despontam como alternativas para compor a chapa como vice:
o deputado Roberto Freire, do PPS, e hoje atuando em São Paulo, o
ex-deputado Maurício Rands e o ex-ministro Fernando Bezerra.
 
ABRAÇO– Amiga
do ex-governador Eduardo Campos, a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne
Lins, fez questão de vir ao Recife, ontem, para dar um abraço na família
enlutada. Chegou à residência dos Campos acompanhado pelo presidente
municipal do PT, Oscar Barreto.
COBERTURA
O QG da Imprensa na cobertura que antecede os funerais de Eduardo foi
montado em frente à residência da família Campos, no bairro de Dois
Irmãos. Jornalistas de todo o País se plantaram lá com transmissões ao
vivo pelas redes de televisão.
Perguntar não ofende: Qual o legado de Eduardo Campos?
 
Por Magno Martins
“Vinde, comei do meu pão, e bebei do vinho que tenho misturado”. (Provérbios 9-5)