Senador da República – Pretenso candidato ao governo do Estado de Pernambuco –
Armando Monteiro Neto. Não poderia deixar passar esta oportunidade impar de
relatar-lhe alguns pontos concernentes ao município de Araripina, e porque não dizer,
ao sertão do Araripe, região nem sempre lembrada pelos governantes
pernambucanos. Começo exemplificando o porquê da não lembrança dos sertões (em
especial o do Araripe), pois, observe, Sr. Senador, que nesta região os times
da capital praticamente não tem torcida, exemplo claro da distância plantada
por governos anteriores que não nos viam como parte do estado de Pernambuco.
nesta região, parte da bacia sedimentar da Chapada do Araripe, principal
produtora de gipsita/gesso (Polo Gesseiro do Araripe), que abastece o Brasil em
95% e parte do mundo com o gesso e seus derivados e, os incentivos direcionados
a esta categoria são insuficientes, fragilizando-a e, consequentemente,
desorganizando esta matriz produtora do Araripe. Ainda na pauta, lembro ao
excelentíssimo senador que cuidar do polo gesseiro é pouco diante do efeito das
fábricas sobre a Caatinga e a sua desertificação ao utilizar a mata como matriz
energética para a queima/cozimento do gesso.
matrizes energéticas com urgência, pois a caatinga morre a cada saca de gesso
produzida. Conheci o mundo ouvindo meus avós falando sobre o plantio de
mandioca e, vivi acompanhando as farinhadas em que eles matavam uma “reis”
dentre outro animas de menor porte para alimentar os trabalhadores e, a
produção avançava por um e até 2 consecutivos e, hoje, o plantador se limita a
produzir esporadicamente por dois ou três dias e, se limita a 1Kg de carne para
oferecer como mistura.
do Araripe, sabe da sua vocação para a mandiocultura e percebe o seu claro
abandono. Na apicultura, lembro-o que aqui não tem só gipsita/gesso.
Curiosamente, Araripina é a maior produtora de mel de abelha e, a fama vai para
o vizinho estado do Piauí. A falta de incentivos nos leva a permitir que
atravessadores levem nosso produto e faça dele sua característica de
organizado. Nobre senador. Não entra em minha mente que uma cidade do porte de
Araripina, com seus 77.302 habitante, segundo o IBGE, não possua em nenhum
ponto dos seus 1.892,596 Km um hospital que atenda a sua população e a
flutuante que somada à permanente beira os 100 mil.
senador, que em pleno século XXI, escolas não ofereçam merenda para nossas crianças
e, não se retratem a população por tamanha injustiça com os que nos sucederão e
herdarão em um período tão próximo o que plantamos. Como compreender que um
professor com graduação receba por sua carga de trabalho de 200 horas um valor
irrisório que nos obriga a procurar outra atividade complementar para sustentar
nossas famílias. Nosso piso salarial está no piso e alguém precisa
redirecioná-lo ao teto. Achatamento salarial é a nossa realidade Senhor
Senador. Um copo de água.
tribais que constituíram as atuais civilizações sabemos que o homem buscou os
rios como fonte de suprimento de sua sede e, ainda hoje tem sido uma constante
na humanidade. No nosso sertão não seria diferente. O malabarismo que se faz
para se ter água em casa é uma loucura e, as constantes faltas de água nas
torneiras sufocam nossa população nos deixando vulneráveis com as necessidades
básicas de uma população. Duplicar a Adutora do Oeste ou construir novas
barragens, escavar poços artesianos nos é uma preocupação que compartilhamos
com vossa senhoria. Por fim, lembro ao Excelentíssimo senador da República uma
situação de isolamento a que fomos lançados.
distrito de Araripina, quando na gestão do então governador José Muniz Ramos,
os serviços de terraplanagem para a pavimentação com asfalto foram realizados
e, ficou nisso. Na gestão do ex-governador Eduardo Campos, em contato com o
mesmo durante evento de inauguração da Escola Independência, conversamos
informalmente sobre o sonho de nosso povo e, disse-me o então governador:
não dar para cobrir a todos, mas, deixarei todos os distritos de Araripina com
pavimentação asfaltica.” Na verdade, ele deu as costas para a nossa causa e,
como outros casos, posso citar o vizinho distrito de Serra Branca, no município
de Ipubi.
espero ter a oportunidade de ver a vossa ação na concretização de pelo menos
100% do que agora peço, pois, Pernambuco entende a necessidade de torná-lo
nosso governador e, assim ver um estado que possa ser reconhecido do sertão ao
cais, da capital ao sertão, onde em cada recanto possa se afirmar: Aqui um
PERNAMBUCANO!
Sousa Gomes Araripina, 05 de junho de 2014.