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Rede de solidariedade ajuda família que teve quadrigêmeos em meio à pandemia da Covid-19


Ter uma família com quadrigêmeos exige dedicação, esforços e planejamento. No caso da auxiliar geral Wilma Balbino e do segurança Luiz Barbosa, a notícia dos quatro filhos foi inesperada. O casal já tinha uma filha de 15 anos, Nikolly, e não pensava em ter outros filhos, mas descobriu a gravidez dos quádruplos no início da pandemia da Covid-19, em março de 2020.

“Eu estava trabalhando na minha função, mas sempre sentindo fortes dores. A minha colega mandou procurar um médico. Eu disse que amanhã ia e continuei tomando remédio, tomando chá”, relatou Wilma. Após acreditar que tudo não passava de um desconforto, ela teve coragem e foi ao médico.

Para a surpresa dela, quatro novos corações batiam dentro do seu corpo. Eram João, Davi, Matheus e Vitória se revelando à mãe. “O médico disse que tinha um negócio ali que estava encucando ele. Aí ele me mostrou os quatro buraquinhos e disse que eram os corações das crianças”, contou.

O pai estava no trabalho quando recebeu a notícia dos novos filhos. “Ela me ligou e disse ‘São quatro meninos’. Eu fiquei assim sem acreditar, levantei, respirei, olhei pro lado e não sabia se chorava… Eu fiquei sem chão, sem reação”, afirmou Luiz.

Depois do choque e da surpresa, a família fez uma reforma na casa onde mora, no bairro de Jordão, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, ampliou um dos cômodos e teve outra boa notícia nesse processo. Uma grande rede de doações se formou em volta da família, com pessoas que se sensibilizaram pelo nascimento das quatro crianças.

“Graças a Deus, foi chegando tudo que a gente tem hoje. Tudo que eles têm veio de doações. Não faltou nada de berço, comida, mamadeira, roupa, leite… Graças a Deus, estamos sendo bem abençoados mesmo”, declarou a mãe.

E, mesmo com todo o amor e carinho dos conhecidos, o desafio de criar quatro bebês durante a pandemia continua. “A gente vai observar quem é que tá mais agitado para poder consolar e, quando ele melhora, às vezes, quando ele tá bem relaxado, aí o outro parece que pensa: ‘Agora é a minha vez'”, disse Luiz.

Rede de apoio

Pensando em histórias como a de Wilma e Luiz, a advogada recifense Marina Nóbrega criou o projeto Adotando uma Mãe de Gêmeos, voltado para mães de múltiplos, ou seja, que têm mais de dois filhos em uma só gestação.

“Esse projeto tem como objetivo acolher gestantes de gêmeos e múltiplos para proporcionar um ensaio de gestante com produção e fotografia profissional, acolhendo essa mãe de baixa renda, essa mãe que está em um momento de vulnerabilidade social e emocional”, contou.

Advogada idealizadora do projeto

A ideia surgiu na época em que Marina teve gêmeos, em 2018. Os filhos, Maria Luiza e Márcio, de 2 anos e 8 meses, inspiraram a mãe a ajudar outras mulheres que passariam por aquele momento.

“A gente faz a arrecadação de um enxoval completo. É uma iniciativa totalmente voluntária, sempre foi voluntário e não tem nenhuma finalidade lucrativa. A gente não aceita doações em dinheiro. E aí a gente começa uma corrente de solidariedade”, afirmou.

Atualmente, essa rede de apoio conta com 70 mulheres. O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), localizado no bairro dos Coelhos, na área central do Recife, indica mulheres para receberem ajuda do projeto.

G1 PE / Imagem: Reprodução

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