InícioRegião do AraripeAraripina“VAMOS TER SEMPRE UMA SAÚDE PARA CARIMBAR ÓBITOS?”

“VAMOS TER SEMPRE UMA SAÚDE PARA CARIMBAR ÓBITOS?”

Três casos como tantos outros (que posso alertar como exemplo) que aconteceu essa semana acendeu novamente a luz vermelha para alertar como a nossa saúde continua precisando urgentemente sair do “caos carioca” em que se encontra. O nosso sistema de Saúde, o SUS, criado pelos dispositivos necessários para assistir os brasileiros dentro de sistema universal, integral, igual, descentralizado, regionalizado e hierarquizado, eficaz e eficiente, promovendo inclusive a participação popular, parece que agora está mesmo na UTI.

A Constituição de 1988 (art. 196) define que “A saúde é um direito de todos e dever do Estado”, e isto está claramente disposto no dispositivo legal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que define as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde.

Vivemos em uma cidade de mais de 80 mil habitantes, sendo que, se colocarmos a população flutuante, deve passar das 100 mil pessoas, e o que temos em saúde se torna realmente uma experiência constrangedora quando o cidadão necessita dos serviços públicos, particular ou filantrópico. Não estou aqui querendo ser mal entendido no meu ponto de vista, porque o que falta além de um atendimento humanizado, célere e especializado, é uma constante, quando se necessita de assistência de profissionais habilitados em áreas que o Município continua (e isso é problema de décadas) defasada, obrigando até mesmo que tem “posses” a sentir as dificuldades dessas deficiências que nunca se tentou corrigir ou lutar para melhorar.

Não temos vascular disponível, neurologista, pneumologista, ortopedista  e outros profissionais que são importantes no atendimento da Rede Pública de Saúde, e nem temos, estruturas que em casos urgentes possam solucionar problemas principalmente que por ventura, evite danos irreversíveis às pessoas. Podia aqui, relatar um caso que abalou todos nós araripinense (entre tantos que acontecem rotineiramente no escuro dos bastidores e não vem à torna e nem aparecem nas mídias) e, que podia ser um simples detalhe de socorro urgente, médicos preparados, uma UTI pronta para mudar toda uma história que pode causar sequelas por resto da vida pelo resultado do desfecho final, e isso parece que passa como se fosse simples de encarar, que as lutas não viram bandeiras de mudanças, que uma mãe que perdeu um filho não pode protestar, e aí eu pergunto: “é essa sociedade maquiada pela falta dos interesses comuns, que queremos para as nossas gerações?”. Se a resposta for: “e eu, o quer que tenho a ver com isso?”, eu respondo: “Fique aí preso em redoma, distraído, evitando “drenar o brejo” do lamaçal que se generalizou, induzindo todos a  serem corruptos e corruptores, porque se um dia precisar, poderá compreender o que estou falando.

Lembrei-me de alguém que disse sem rodeios a vários interlocutores, que eu falava de mais, lutava sozinho como se fosse o beija-flor apagando o fogo de uma imensa floresta, que era melhor ficar calado, e provei para o dito (ou a dita), mesmo que num momento doloroso, que precisamos nos juntarmos para que não morramos todos abraçados.

Pois bem, agora temos duas deputadas que podem mudar ou lutar para desobstruir essas dificuldades arvorando essa bandeira, esquecendo as divergências políticas e, entendendo que cada obstáculo plantado, poderá ser no futuro um impedimento também para as famílias de todos nós. Temos um Consórcio Municipal que cada araripeano precisa se organizar para cobrar dos seus membros atitudes que garantam benefícios para o que tanto os políticos apregoam e, como a população precisa parar de desfraldar as bandeiras partidárias e passar a compreender que o problema da saúde na Região, em Araripina, é gravíssimo, quando necessitando dos serviços mais básicos. Para ir além da gravidade, estamos todos sujeitos a viver em sua cidade de “mutilados” porque somos vítimas constantes da falta de especialistas e de uma saúde garantida falsamente no Art. 196 da nossa CF.

Que me desculpem aqueles que cobram, solicitam, se engajam na luta por melhorias na saúde, porque infelizmente tudo continua na mesma e o que sempre tivemos para a nossa grande Araripina foram curativos para soluções paliativas. Basta presenciar e vivenciar as grandes necessidades quando se necessita de um serviço mais urgente, mas especializado, e aí provamos que os gastos e as brigas para mudar o cenário, não estão sendo feitos no campo da racionalidade.

Mas convido você a ficar aí á frente da TV fazendo de conta que não tem nada a ver com isso e que não é problema seu.

Parabéns!!! Você deve ser o Homem de Ferro.

Mas o Homem de Ferro também pode sofrer oxidação.

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