InícioAraripina em FocoEx-assessores de Gabriel Monteiro dizem que estão sendo ameaçados

Ex-assessores de Gabriel Monteiro dizem que estão sendo ameaçados

Dois ex-assessores de Gabriel Monteiro (PL) confirmaram em depoimento, na quarta-feira (25), no Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio, as acusações contra o vereador de assédio moral e sexual e de forjar vídeos para a internet, que eles já tinham denunciado à polícia. O conselho abriu processo disciplinar pela quebra de decoro por parte de Monteiro.

Após o depoimento, o ex-assessor Heitor Nazaré disse:

“Confirmei tudo aqui, hoje. Meu compromisso é com a verdade. Cabe aí ao pessoal da bancada fazer o justo. Estou recebendo bastante ameaças e inclusive vou fazer o registro na delegacia”, disse Narazé.

Outro ex-assessor, Vinícius Hayden chegou à Câmara com escolta e usando um colete a prova de balas. Ele não quis dar entrevistas. Mas gravou um vídeo dizendo que também está recebendo ameaças.

“Perdi a minha liberdade. Tenho que andar de carro blindado, colete à prova de balas, tenho que cercear o meu direito de ir e vir, de sair a hora que eu quero porque o vereador gravou vídeos expondo o meu número pessoal, me colocando como se fosse uma pessoa que tivesse negociado uma pseudo máfia do reboque, que ele vive falando que é tudo a máfia do reboque dele”, disse Hayden no vídeo.

“Então, é basicamente isso, ele conseguiu hoje me prejudicar de uma forma que eu não consigo nem visitar a minha filha”, completou.
O vereador Gabriel Monteiro não era esperado na Câmara, mas apareceu, querendo entrar e acompanhar os depoimentos. Isso foi entendido como uma tentativa de intimidação das testemunhas. E a entrada dele não foi permitida.

Monteiro vigiava colegas, diz vereador

Após os depoimentos, os membros do Conselho de Ética se pronunciaram. O presidente do Conselho de Ética, vereador Alexandre Isquierdo (DEM), disse que Monteiro vigiava colegas para preparar dossiês contra eles.

“Como se ele fosse fazer dossiês das vidas dos parlamentares. Foi feita uma exposição com a Laura Carneiro, havia orientação de perseguir, ficar em tocaia, investigar, observar a hora que ela chega na secretaria, sai, pra onde ela viaja, de que forma. Foi uma denúncia da testemunha. Isso surpreende a todos”, disse o vereador.

Já o vereador Chico Alencar (Psol), relator do processo, disse que ficou evidente que a intenção de Monteiro era conquistar audiência em seus canais particulares.

“Ficou evidenciada a grande promiscuidade entre o gabinete parlamentar e seus assessores e o negócio de youtuber, que é uma atividade privada”, disse Alencar.

O presidente da Casa, vereador Carlos Caiado, enviou na quarta-feira (25), a pedido do Conselho de Ética enviou, um ofício ao secretario de Polícia Civil, Fernando Paes de Andrade, solicitando novamente as informações do inquérito que investiga Gabriel Monteiro.

A Câmara quer saber o prazo para a conclusão da perícia nos celulares do vereador, apreendidos no início de abril. E pediu também o compartilhamento de provas e uma estimativa para o término das investigações.

Novos depoimentos estão marcados para a próxima semana, na Câmara.

A defesa do vereador disse que não vai se pronunciar sobre os depoimentos prestados na quarta-feira no Conselho de Ética.

Visita em Guaratiba

Sobre outro vídeo de Gabriel Monteiro que causou polêmica esta semana, durante uma visita a uma unidade de saúde em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio — ele chegou com uma equipe de gravação e teve uma discussão com uma funcionária — o vereador disse que foi verificar denúncias de mães que afirmaram estar recebendo remédios com validade vencida.

Ele disse que agiu dentro da lei. E que qualquer incidente foi causado pela tentativa de impedir seu trabalho. Monteiro disse também que quando chegou à unidade não havia pediatras para as crianças que aguardavam atendimento.

O Conselho Regional de Farmácia do RJ enviou uma nota de repúdio, afirmando que o vereador exerceu uma “abordagem com excesso descabido, inadequado e desnecessário”.

Sobre essa visita, a Prefeitura do Rio enviou uma nota informando que o vereador esteve em duas unidades de saúde. E que todos os questionamentos que forem formalizados pelo vereador sobre cada uma das unidade serão devidamente respondidas.

Fonte: G1

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