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Sobe para 26 o nº de mortos no Rio; OAB vê indícios de execução

O procurador da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Rodrigo Mondego, disse que existe uma suspeita de tortura e execução durante a operação na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio. A ação deixou 26 mortos.

“Existe indícios de execuções, em algumas regiões. Indícios de que pelo menos uma pessoa foi torturada antes de ser morta, ontem. E existe indícios de mortos a facadas. Então, a gente está aguardando o desenrolar da perícia do IML para ver em que condições essas pessoas foram mortas”, disse Mondego.
Na manhã de quarta-feira (25), representantes da OAB-RJ e da Defensoria Pública estiveram na região do confronto.

O ouvidor-geral da Defensoria Pública, Guilherme Pimentel, foi à favela ouvir moradores.

“A gente veio aqui com moradores, lideranças. A gente está escutando o que eles têm a dizer. Eles vieram aqui nos mostrar a área onde tudo aconteceu e isso faz parte da nossa apuração para que a gente consiga prestar o melhor serviço pra população, principalmente para as famílias afetadas”, disse Pimentel.

Na terça-feira (24), a Polícia Militar do Rio de Janeiro e a Polícia Rodoviária Federal deflagraram a operação na Vila Cruzeiro para prender chefes do Comando Vermelho e suspeitos vindos de outros estados que estariam escondidos no lugar.

Segundo o comando da PM, a operação estava sendo planejada havia meses, mas foi deflagrada de modo emergencial para impedir uma suposta migração para a Rocinha.

Foram mais de 12 horas de tiroteio na região. Mais de 20 pessoas morreram, entre elas está a manicure Grabrielle Ferreira da Cunha, que foi atingida na porta de casa, na favela da Chatuba, vizinha à Vila Cruzeiro.

A ação é considerada a segunda mais letal da história do Rio de Janeiro, atrás somente da ação no Jacarezinho, de maio de 2021, que resultou em 28 mortes.

Em fevereiro deste ano, outra operação conjunta da PM e da PRF na Vila Cruzeiro deixou pelo menos oito mortos.

IML monta força-tarefa

O Instituto Médico-Legal (IML) montou uma força-tarefa com funcionários que estavam de folga e de férias para agilizar a liberação dos corpos dos mortos na operação policial da Vila Cruzeiro.

Até o começo da tarde de quarta-feira (25), 17 corpos já tinham sido necropsiados. Mas eles ainda precisavam passar pelo exame de papiloscopia para a identificação e levantamento de possível ficha criminal.

Fonte: G1

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